ODONTOLOGIA
Faculdade Leão Sampaio
TURMA: 305.3
ALUNOS: José Janilson Lourenço
Diniz
Huty de Katia Gomes tomé
REVISTA
NEUROBIOLOGIA, 72 (3) jul./set., 2009
Prevalência
de Conhecimentos sobre a Relação de
Cefaléia e Disfunção Temporomandibular
José
Justino da Silva Júnior, Marcelo Moraes Valença, Marília Silva de Melo,
Elizabeth Arruda Carneiro
Ponzi, Paula Rejane Gomes de Oliveira Justino, Renata
Janaína Pereira de Souza, Fernanda Ferraz e Silva
A articulação temporomandibula (ATM) compreende um
conjunto de estruturas anatômicas que estabelecem uma relação entre o osso
temporal, base do crânio e mandíbula. Está disposta entre o côndilo da
mandíbula e na eminência e fossa articular do osso temporal.
A ATM é parte do sistema estomatognático, capaz de
realizar movimentos complexos. A função e a estabilidade dessa articulação
regem a mastigação.,deglutição, fonação e a postura mandibular. Esta
articulação constitui uma ligação móvel entre o osso temporal e a mandíbula,
sendo esta do tipo sinovial, que se inter-relaciona anatômica e
cinesiologicamente com as articulações adjacentes e da coluna cervical.
Quando existe alguma alteração nessa articulação,
acontece o que chamamos de disfunção temporomandibular(DTM), que é uma
alteração da articulação que liga a maxila a mandíbula que pode , por exemplo,
não está funcionando adequadamente. É qualquer problema que impeça a função ou
o adequado funcionamento deste complexo sistema de músculos, ligamentos, disco e
ossos.
A maioria das DTM possui seu início na infância devido
a possibilidade das disfunções da ATM se originarem no início do crescimento
craniofacial. Por isso, a porcentagem de crianças que tem sinais e sintomas
relacionados a DTMs são elevados.
Os sinais e sintomas relacionados às ATMs mais
frequentes no artigo estudado foram dores de cabeça (cefaleia), bruxismo
(condição do qual o indivíduo range os dentes) e ruídos na ATM.
É sabido que a dor é um mecanismo que age no organismo
como forma de proteção a ele. Com a missão de “avisar que algo está errado”,
como é o caso do ouvido e articulação temporomandibular nesse contexto. São os movimentos
fisiológicos da mandíbula que promovem suas funções que são modificadas pelo
SNC com o objetivo de designar o estrago progressivo nos tecidos articulares,
que determinar a degeneração da
articulação, e de maneira mais irreversível, sua ancilose.
Com relação à DTM, estudos epidemiológicos dos últimos
60 anos estimam que um pouco mais da metade da população em geral independente
de sexo, idade e cor apresentaram algum sinal de distúrbio do sistema
mastigatório. Sendo que apenas 10% da
população devido aos sintomas significativos foram a busca de um tratamento.
Portanto, um cuidado deve haver em pessoas com tais sintomas, pois eles podem
desenvolver de forma subclínica e que se não forem tratados, podem com o tempo
determinar a síndrome, por falta de tratamento adequado ou simplesmente por
falta de informação do paciente, visto que pessoa que têm sintomas ecológicos como:
dor intra-articular, espasmo muscular, dor reflexa e outras não levam a ele a
suspeita de problemas da ATM.
Para a literatura odontológica, a relação entre
cefaléia e disfunção da ATM é frequente, apesar de também poderem aparecer
associados ao acaso, pois essas desordens
são bastante prevalentes.
A cefaleia pode
resultar de distorção, estiramento, inflamação ou destruição de estruturas
nervosas sensíveis à dor, em consequência de doença intracraniana ou
extracraniana da distribuição de nervos como trigêmio, glossofaríngeo, vago e
dos três nervos cervicais superiores.
A cefaléia tensional é considerada a variante de cefaleia
mais comum de todas, que costuma ser bilateral e com predominância temporal,
occipital ou frontal, podendo originar uma dor surda constante, com plenitude, aperto ou pressão.
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma
avaliação dos conhecimentos dos acadêmicos dos cursos de Fisioterapia, Medicina
e Odontologia da (UFPE) Universidade Federal de Pernambuco sobre a relação
entre cefaléia e DTM (disfunção temporomandibular), averiguando se existem
diferenças expressivas entre o conhecimento dos alunos dessas três graduações.
Os alunos da Fisioterapia que concordaram participar
da pesquisa foram 120 alunos, do curso de Medicina um pouco mais, 240 alunos e
na mesma quantidade os alunos de Odontologia, 240 alunos. Todos eles de ambos
os sexos.
Os conhecimentos dos mesmos foram coletados através do
preenchimento de um questionário contendo 14 questões objetivas de múltipla
escolha.
Diante do descrito e dentro dos parâmetros utilizados
no presente estudo, pode-se concluir que os alunos de Odontologia da referida
universidade (UFPE) demonstraram mais
conhecimentos no que diz respeito a relação entre cefaléia e DTM.
Estatisticamente houve disparidade entre o curso de
Odontologia, Medicina e Fisioterapia, mas essa diferença não foi significante
entre os cursos de Medicina e Fisioterapia. Isso significa dizer que tanto
Medicina como Fisioterapia não existe uma diferença considerada sobre o assunto
pesquisado em questão.
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