RESUMO
DE PRÉ CLÍNICA
ALMIRA GONÇALVES SIQUEIRA
Relação
entre disfunção temporomandibular e mordida cruzada posterior.
Iara Roberta AREBALO
Silvia Amélia Scudeler VEDOVELLO
M ilton SANTAMARIA JÚNIOR
Mayury KURAMAE
Carlos
Alberto Malanconi TUBEL
A articulação temporomandibular (ATM) é
uma das mais especializadas e diferenciadas do organismo, pois é capaz de
realizar movimentos complexos e está relacionada praticamente com todas as
funções do aparelho estomatognático. A mastigação, deglutição, fonação e
postura dependem muito da função, saúde e estabilidade da articulação
temporomandibular.
Martins, afirmou que a etiologia da
disfunção temporomandibular é complexa e multifatorial, sem a determinação de
um agente etiológico específico. Dentre as alterações oclusais que apresentam
como fator etiológico para a DTM destaca-se a mordida cruzada posterior que
pode ser definida como a relação anormal, vestibular ou lingual de um ou mais
dentes da maxila, com um ou mais dentes da mandíbula, quando os arcos dentários
estão em relação cêntrica, podendo ser uni ou bilateral. Merighi et al.
realizaram estudo para verificar a ocorrência de DTM em crianças,
correlacionando a disfunção com a presença de hábitos parafuncionais
deletérios. A
coexistência
entre DTM e hábitos parafuncionais foram detectados em 20,25% das crianças.
A proposta deste trabalho é avaliar a frequência dos sinais e sintomas
da DTM c dos hábitos parafuncionais em crianças que apresentam a maloclusão de
mordida cruzada posterior.
Ø
Caracterização do universo amostral e critérios de
inclusão e exclusão:
Foi obtida uma
listagem única de todas as crianças incluídas no possível grupo amostrai. Foram
excluídas da pesquisa crianças com doenças que impediam o diálogo e o
entendimento das instruções, as que já foram ou estavam sendo submetidas a
tratamento ortodôntico ou ortopédico dos maxilares.
Ø
Método de avaliação:
O exame
clínico consistiu em inspeção visual efetuado por um único examinador, nas
dependências da Instituição. O profissional contou com o auxílio de espátula de
madeira, para verificar as características oclusais dos pacientes, sendo
selecionados apenas aqueles que apresentaram uma característica oclusal
específica: mordida cruzada posterior. Também se observou a presença de hábitos
parafuncionais: bruxismo, sucção digital ou de chupeta, onicofagia,
interposição labial. Os sinais clínicos da disfunção temporomandibular foram
verificados por meio da constatação de ruídos articulares, travamento, luxação
ou dor durante movimentos mandibulares. Além desses exames, as crianças foram
submetidas a uma entrevista, acompanhadas pelos pais ou responsáveis.
Em relação à presença de hábitos
parafuncionais onde sucção digital e/ou chupeta e onicifagia foram os hábitos
mais relatados, com 80,95% e 57,14% respectivamente. Bruxismo (14,28%) e
interposição labial (28,57%) também foram encontrados. Quanto à frequência dos
sinais clínicos de DTM, observa-se que ruído articular (21,42%) foi o mais
observado, seguido por luxação ou dor durante os movimentos mandibulares
(9,52%) e travamento (2,38%). Na distribuição do tipo de sintomatologia da DTM,
pode-se observar que dores de cabeça frequentes (59,52%) foi o sintoma mais
relatado, seguido por cansaço ou dor muscular na mastigação (38,09%).
Nos resultados obtidos no presente estudo
foi concluído que os pacientes com mordida cruzada posterior apresentaram alta
ocorrência de Disfunção Temporomandibular, sendo as sintomatologias mais
encontradas, a dor de cabeça e cansaço muscular. Entretanto não se pode afirmar
até que ponto a mordida cruzada posterior é considerada um fator predisponente
ou apenas.
RGO
– Rev. Gaúcha Odontol., Porto Alegre, v. 58, n. 3, p. 323-326, jul./set. 2010.
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