Faculdade de
Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio
Disciplina:
Pré-clínica I
Bruxismo e apertamento Dental - Uma conduta clínica
racional
Claudio R.
Leles & Mauro de Melo
ROBRAC – Revista Odontológica do Brasil Central
5(15), 1995
Dupla 02: Ana Luisa Lima Oliveira; Pedro Ikaro
Borges David
A
atrição rítmica dos dentes em movimentos não-mastigatórios involuntários
ocorridos durante o sono é definida como bruxismo, distúrbio que também
apresenta reflexos diários denominados apertamento dental. Tal atrição encontra-se
intimamente ligada a dores e disfunções temporomandibulares e sua predominância se dá em
indivíduos do sexo feminino.
O
numero de casos de bruxismo é elevado, mas felizmente grande parte acontece
esporadicamente e sem alterações significativas; porém nota-se desgaste dental
acentuado, mialgia, desordens articulares e comprometimento periodontal em
aproximadamente 10 a 15% dos casos.
Estudos
comprovam que as experiências emocionais do pré-sono podem afetar diversos
aspectos do sono, ou seja, os hábitos diurnos influenciam os noturnos, o que
correlaciona o bruxismo com hábitos posturais, hiperatividade muscular,
estresse, depressão e relaciona intimamente a etiologia do distúrbio com
transtornos comportamentais/emocionais, caracterizando-o assim como uma
desordem proveniente do sistema nervoso central sem relação direta com
condições físicas locais como a maloclusão.
Levando
em consideração que o bruxismo é uma desordem de etiologia multifatorial,
faz-se interessante utilizar no diagnóstico além do exame intra-oral o exame
anamnetico.
A
atividade parafuncional noturna pode ser apresentada tanto por indivíduos
normais quanto por portadores da patologia, porém são fatores como duração e
intensidade das contrações musculares que serão os pontos diferenciais no diagnóstico. Em
alguns casos, a intensidade chega a superar a força de apertamento voluntário
máximo, o que é explicado pela falta de mecanismos proprioceptivos durante o
sono. Devido à aplicação dessa força excessiva, os portadores do distúrbio
apresentam dor e fadiga muscular regionalizadas, que podem, a longo prazo,
evoluir para hipertrofia e fibrose muscular localizada. Nota-se ainda limitação
da abertura da boca e cefaléia por tensão muscular e vale lembrar que muitos
dos portadores não são cientes dos hábitos que possuem.
O
bruxismo ainda não possui tratamento definitivo, porém levando em consideração
a sua etiologia, é realizado o controle das suas causas primárias visando
reduzir hiperatividade e tensão psíquica, eliminar sinais e sintomas, reduzir o
comprometimento oclusal e interromper o padrão neuromuscular da parafunção.
Busca-se a utilização de placas oclusais, bloqueio anestésico associado à
fisioterapia entre outros, tendo como objetivo aliviar a sintomatologia aguda.
LELES, C., MELO, M.. Bruxismo e
apertamento dental: uma conduta clínica racional. Revista Odontológica do Brasil Central,
América do Norte, 5, abr. 2010. Disponível em: http://www.robrac.org.br/seer/index.php/ROBRAC/article/view/351/319
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